quarta-feira, 29 de abril de 2009

Viagem ao Centro da Terra: Resenha


Ao publicar sua primeira novela em 1862, intitulada Cinco semanas em um balão, o escritor francês Júlio Verne conseguiu despertar em muitos leitores uma dúvida: teria ele viajado em algum balão ou explorado os confins da África, cenário do livro, para demonstrar tanto conhecimento em seus relatos? A verdade é que em suas diversas narrativas de viagens fantásticas, Verne chama nossa atenção para um duelo entre realidade e ficção. Não poderia ser diferente com um dos seus maiores sucessos, Viagem ao Centro da Terra, de 1864.
A história começa na Alemanha e é narrada por Axel, um jovem que vive com seu tio, Otto Lidenbrock, um cientista amante da mineralogia. O tio surpreende Axel com um pergaminho escrito em código, que estava escondido em um livro que conseguira. O código, resolvido por Axel e depois por seu tio, trazia as instruções para se chegar ao centro da Terra.
Para o desconsolo de Axel, seu tio resolve embarcar nesta viagem, levando obviamente seu sobrinho-aprendiz com ele. A entrada para o centro da Terra estaria em um vulcão inativo, na Islândia, e é para lá que os dois vão, acompanhados de Hans, seu fiel guia. Muitas surpresas aguardam os três viajantes, e a cada passo que dão descobrem mais falhas entre as diversas teorias afirmadas pela ciência a respeito do mundo subterrâneo.
Preso aos mínimos detalhes, Axel não deixa passar um registro sequer, seja este científico ou pessoal, sobre esta jornada que tanto lhe preocupava. Atravessando túneis e mais túneis, os três descobrem uma câmara gigantesca muito abaixo da superfície, onde existem plantas e animais pré-históricos, de curiosas proporções, um mar gigantesco e uma espécie de céu formado pelo teto da caverna, coberto de nuvens tempestuosas e iluminado por um estranho efeito elétrico. Tudo isso em meio à curiosidade e determinação de Lidenbrock para chegar ao seu objetivo.
O que mais nos surpreende na narrativa é justamente a fidelidade dos dados fornecidos pelo autor e ao mesmo tempo a imaginação e criatividade de Júlio Verne ao nos mostrar um mundo desconhecido, onde a natureza torna-se bela, surpreendente e ao mesmo tempo assustadora. Um mundo sobre o qual a ciência nem suspeitaria, fechada em muitas teorias e muitas vezes disposta a considerar excêntrico qualquer questionamento a essas leis, como o próprio Axel faz em muitos momentos. Um mundo, portanto, bem ao estilo romântico da época, através do qual Verne nos trás momentos de reflexão e outros de ação.
Infelizmente, comparada a outras obras do autor esta deixa a desejar em alguns pontos. Não vemos a mesma dinâmica chamativa de A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, já que esta se perde entre as inúmeras páginas dentro de túneis e também sentimos em alguns momentos que mais mistérios poderiam ter sido explorados, pois muitos são apenas citados pelo autor, mas depois são deixados de lado. É um pouco disso a sensação que se tem nas últimas páginas, de que poderia ter ocorrido algo mais antes de tudo acabar... Mesmo assim, o sucesso do livro lhe rendeu adaptações ao cinema e também a alguns desenhos infantis. As que mais ficaram conhecidas foram, sem dúvida, a de 1959, com James Mason, e a atual versão em 3D, com Brendan Fraser, mas ambas as versões, é claro, não resistiram a mudanças fortes no enredo.
Decepções à parte, o livro fornece uma leitura fácil e interessante, que não deve deixar de ser aproveitada pelos amantes da ficção científica, ou experimentada por aqueles que ainda não conheceram as obras do gênero de Júlio Verne.
Mateus Machado Luna - 2º ano - Eletrônica
P.S. da profª Deusa: O livro está disponível para download no site http://www.baixeturbo.org/2008/04/download-viagem-ao-centro-da-terra.html

9 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  7. Thiago Borges, segundo ano edificações2 de maio de 2009 às 10:04

    se voces nao fosse tudo um bando de comédia, nao teria " Anônimo disse... " , bando de bozó
    Se esconde igual mulhé

    ResponderExcluir
  8. Nusga! Parece que o pessoal chegou de frente pra minha resenha... bom, não vou reclamar, afinal, toda crítica é valida e bem vinda, preciso melhorar em muito (a começar pelo tamanho desta resenha... galera deve ter dormido lendo ela!). Quanto a wikipédia, o começo teve sim como fonte de pesquisa ela, por que eu escolhi o caso do primeiro livro como uma citação para apresentar o autor aos leitores, exatamente porque foi um pouco do que aconteceu comigo quando comecei a ler os livros do Júlio Verne... fora isso, se alguém tiver mais algum comentário pode mandar!

    ResponderExcluir
  9. NOSSA! Mas a resenha da wiki tá muito diferente dessa, essa tá muito melhor! :|

    E Mateus, não duvido nada que o 'pessoal' é um ser só que tirou o dia pra isso! o_o

    ResponderExcluir